Sindicato dos Enfermeiros diz que continua "emagrecimento" do SNS

O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) considerou hoje que a proposta do Governo do Orçamento do Estado para 2014 (OE2014) "promove a continuação do empobrecimento" do país e "a política de emagrecimento" do Serviço Nacional de Saúde.
Publicado a
Atualizado a

"O OE, em bom rigor, é mais um orçamento de ataque aos trabalhadores e aos pensionistas" e "promove a continuação do empobrecimento geral da população portuguesa", criticou hoje à agência Lusa o presidente do SEP, José Carlos Martins.

Segundo o responsável sindical, a proposta do Governo para o OE2014 é marcada por "mais cortes salariais" e diminuições de rendimentos vários", o que implica que o rendimento líquido mensal disponível seja "cada vez menor".

No caso específico da Saúde, "a manterem-se os dados que estão disponíveis", os quais indicam uma tendência para "manter ou diminuir as verbas" para o setor, José Carlos Martins disse esperar "vários impactos" negativos.

"O Ministério da Saúde vai continuar com uma política de emagrecimento do Serviço Nacional de Saúde (SNS), de encerramento de serviços e de instituições e de transferência de hospitais para as misericórdias", alertou.

O presidente do SEP falava à agência Lusa em Évora, depois de reunir com enfermeiros do Hospital do Espírito Santo, a propósito do segundo dia de greve nacional destes profissionais.

O OE2014, cuja proposta governamental foi entregue na terça-feira na Assembleia da República, está no centro desta greve, tendo José Carlos Martins feito várias críticas ao executivo PSD/CDS-PP.

O Ministério da Saúde "vai continuar com uma política de não valorização e de não investimento nos cuidados de saúde primários, continuados, paliativos e em alguns programas nacionais", disse.

E, "se a Saúde tiver menos dinheiro", acrescentou, o Governo "continua a não ter condições para resolver alguns problemas dos seus profissionais", como é o caso dos enfermeiros.

"Este OE não promove a solução dos vários problemas com que os enfermeiros estão confrontados nos domínios do emprego e da precariedade e de alguns problemas económicos que temos em cima da mesa das negociações".

O presidente do SEP lembrou que o país tem hoje "uma grave carência de enfermeiros" e que os que estão ao serviço "trabalham mais horas".

"Isso aumenta brutalmente os ritmos de trabalho, ainda que haja enfermeiros no desemprego, e o próprio OE vem dificultar a admissão de enfermeiros", criticou.

A proposta do OE2014 prevê cortes nos salários dos funcionários públicos de 2,5% a 12%, além de um crescimento económico de 0,8% e uma taxa de desemprego de 17,7%.

O défice orçamental de 2013 vai resvalar para os 5,9% do PIB, superando os 5,5% definidos para este ano entre o Governo e a 'troika'.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt